
Anna Wagner
Um legado de cuidado e sabedoria!
Anna Wagner foi mais do que a primeira escritora de Santa Maria do Herval — foi guardiã de vidas e memórias. Parteira dedicada, enfrentava madrugadas e estradas a cavalo para trazer crianças ao mundo com coragem e ternura. Escritora sensível, registrou histórias da comunidade no Familienfreund Kalender, eternizando raízes e vivências. Mesmo sem filhos, foi mãe de muitos. Viveu com simplicidade, sabedoria e amor ao próximo, deixando um legado que ainda pulsa no coração de quem a conheceu. Sua vida é prova de que o cuidado é uma forma profunda de escrever a história.
Minha história
Anna Wagner – Parteira, escritora e guardiã da vida em Santa Maria do Herval
Nascida em 1891, na localidade de Linha Marcondes, Anna Wagner viveu uma vida dedicada ao cuidado, à escrita e à comunidade. Foi a primeira escritora de Santa Maria do Herval, deixando registros valiosos no Familienfreund Kalender, e também uma das parteiras mais queridas da região, responsável por trazer ao mundo incontáveis vidas em Boa Vista do Herval e arredores.
Neta dos imigrantes fundadores do município, Theodor Krötz e Johanes Wagner, Anna nasceu em uma família numerosa, com 11 irmãos. Embora nunca tenha se casado nem tido filhos, dedicou sua existência inteira ao próximo, com amor e responsabilidade. Estudou obstetrícia em Gramado e tornou-se uma referência na área: era chamada a qualquer hora do dia ou da noite, muitas vezes sendo levada a cavalo para atender partos em locais distantes, enfrentando o frio, a madrugada e os desafios do interior com bravura.
Durante um período, morou em Santa Catarina com o irmão Aloycio, e depois retornou para Boa Vista do Herval, onde viveu até seus últimos dias. Era conhecida por sua generosidade, pelos cafés e jantas acolhedores, e por nunca cobrar pelos partos que realizava. Muitas mulheres a têm na memória como aquela que, além de trazer seus filhos ao mundo, permaneceu cuidando delas com carinho durante a recuperação.
Anna também era uma mulher culta e curiosa. Lia livros de medicina, escrevia, registrava histórias. Com o tempo, tornou-se símbolo de uma mulher à frente de seu tempo: independente, dedicada, respeitada por todos ao seu redor. Em tempos difíceis, usava até um berrante para chamar os vizinhos em caso de necessidade.
Faleceu em 1975, aos 84 anos, e está sepultada ao lado do irmão em Boa Vista do Herval. Seu legado permanece vivo na memória de quem a conheceu, nos livros que deixou, nas vidas que ajudou a começar e nos corações que tocou com sua dedicação silenciosa, mas transformadora.